segunda-feira, 2 de novembro de 2009

TRIBUN(D)A DA BAHIA

Hoje, 3 de novembro, é um dia que eu gostaria de exaltar a natureza, esta regência cósmica de influências, energias e vibrações, sempre sábias e eficazes. Quando eu pensava em apelar para a lavagem de número 74 neste ano, eis que os movimentos peristálticos chegam ao estágio terminal, expulsando do mais profundo de meu ser o bolo fecal que transformara meu abdômen em uma espécie de útero rígido de um filhote maldito, um bastardo inglório e fedorento. Enfim, depois de uns doloridos 13 dias, caguei.
E caguei de um jeito, assim, dessemelhante, algo diferente de hoje em dia. Como esse procedimento é raro para mim, não tenho costume de dar dinheiro a grandes conglomerados da higiene pessoal comprando papel higiênico. Por isso, uso os jornais que se acumulam no criado-mudo (um neguinho eunuco que trouxe da Namíbia sem pênis e nem língua, que serve como mobília, sparring e compilador do clipping de O Paredão nas horas vagas).
Antes de fazer da capa um amálgama de resíduos sólidos do meu processo digestivo, dei uma olhadinha e vi que era uma edição do dia 21 de outubro, da Tribuna da Bahia. Justamente a data em que se comemorou aniversário de 40 anos, sendo que eu passaria muito bem sem essa informação. Só que não costumo ser estraga-prazeres, ou mal agradecido. Então, parabéns, Tribuna da Bahia! E obrigado por estar ao meu lado nos momentos mais difíceis.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

LORENZINO E O ÚLTIMO MAMBO EM PARIS

Eis que surge a magia transfigurada em bits na tela do 486 que serve como upgrade de máquina de escrever aqui na redação de O Paredão da Imprensa. A epifania tem um nome: Lorenzino. A epifania tem um endereço: Paris, França. A epifania tem uma prótese perfeita em seu organismo humano: um violão. A epifania tem uma missão: encantar a todos com sua voz melodiosa e o dedilhar singelo que transformam seu instrumento em uma harpa para o coração e alma.
Como dizia o honorável poeta do Recôncavo, Jacinto Rosário Aquino Rego, "inglória e vã é a luta de palavras para tentar impor ao cérebro a impressão de uma metáfora despedaçando em cores e sinfonia a sublime e retumbante descoberta da arte", em um dos mais emocionantes versos da Língua Portuguesa.
Portanto, é inútil falar quando também vocês podem testemunhar. Com vocês, a inigualável versão de Águas de Março:

Depois de ser honrado com tamanha experiência estética, resolvi que era dever como cidadão e jornalista-canalha fazer uma síntese biográfica para o povo brasileiro deste ícone cosmopolita da arte planetária. Laurent nasceu em Dacar, capital do Senegal, e foi musicalmente educado por uma tribo de gabirus, que lá são chamados de pigmeus, cuja principal herança sonora é a orquestra de flatus - a sinfônica dos peidos.
Ali, no youtube, onde ele já colocou 400 músicas em menos de um anos e, portanto, desafia a capacidade criadora da raça humana, o espaço que a maioria dos mortais chama de "página" foi transformado em um verdadeiro templo para agradecimento pelo sentido da audição. Quem chega até www.youtube.com/lorenzino1 de imediato agradece à providência divina pela faculdade de poder ouvir.
Em seu "cantinho de milagres sonoros", Lorenzino tem mais de 130 inscritos que, humildemente, prefere chamar de amigos, mas são fãs ardorosos. Como dohertykaki, que escreveu: You picked a winner of a coverchallenge :-) I love your version too! (numa tradução livre, seria algo como "você é o mestre-dos-magos de todos os covers do planeta e nós amamos você de uma forma incondicional e visceral para sempre").
Cabe a ele a tarefa de valorizar os artistas com interpretações que emulam uma sensibilidade ímpar. Ele já gravou versões para sucessos de Stevie Wonder, David Bowie e Bob Marley, sempre colocando arranjos inovadores, mas sutis, como se estivesse ensinando aos artistas de uma maneira paciente e carinhoso, sem nenhum indício de arrogância professoral. Ele tem uma predileção por brasileiros, como Djavan, Caetano e Caymmi. Na versão que fez de Bem Que Se Quis, de Marisa Monte, Lore (como prefere ser chamado), deixou um comentário reconhecendo que a voz da diva é quase insuperável. Mas que ele achava capaz um homem executar a música em uma interpretação masculina. Como se vê, os gênios geralmente são bafejados com a humildade.
A reportagem se interessou em saber quando o disco solo de composições próprias do ícone vai ser lançado e recebeu em resposta um silêncio explicável: o mundo ainda não está preparado para as composições próprias de Laurent. Talvez só depois de 2012. Enquanto isso, podemos usufruir da versão de Killing Me Softly, cujo título, a princípio, funciona como uma recomendação prévia para a audiência:

A forma intimista como ele canta, praticamente dialogando com as mais recônditas câmaras de mucosas e serosas de seu organismo, é um elogio ao bom gosto. Certa vez, quando o invejoso João Bosco o acusou de não cantar, mas grunhir, ele retrucou, magnânimo: "minha voz, meu templo, meu tambor do peito cordial..." Em seguida, gravou um cover de Pret-a-Porter de Tafetá para mostrar que nem a crítica mais ferina é capaz de abalar seu compromisso com a arte.
Com uma métrica apurada e compassos altamente sofisticados - há um estudo sério na Bielo Rússia em que físicos quânticos, astrônomos e vendededores de taboca estão usando excertos musicais de Lorenzino para comunicação com civilizações interplanetárias -, o trabalho do ídolo sensível deve ser indicado em 2010 para o Nobel da Paz e o troféu especial Master of Sound do Grammy.
Ele jamais vai confirmar isso publicamente, mas foi depois de um breve encontro durante uma serenata no Champs Elysée que o então jovem, então baiano e não tão chato João Gilberto teve o estalo criativo para compor Desafinado. Isso foi no final da década de 50 e até hoje o precursor da bossa nova ainda rende homenagens ao guru em shows quando pede mais grave no som ou reclama da acústica. Aprendeu a ser minimamente exigente com Lorenzino.
Isso sem falar na benevolência da genética que o brindou com uma estampa de Adonis moderno. Seu charme peculiar de um gauxinim curdo tem total relação com o molde fenotípico de quem desenvolveu o corpo na escalada darwinista das savanas. Com o desprovimento de vaidade de um sapato velho, o mestre prefere direcionar as atenções todas para sua capacidade musical e não para os atributos estéticos que fazem dele um deleite para ouvidos e olhos. Enfim, Lorenzino, você é o cara.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

JULIANA CUNHA: modo de tratar

Esta semana, depois de uma situação extremamente estressante em que o chip do meu celular precisou ser usado como desfibrilador para regularizar o sistema vascular dos meus orgãos pudendos após a vasectomia, precisei ficar alguns dias acamado. O estagiário do Paredão, que eu julgava simpatizar comigo, recomendou que eu lesse blogs e indicou um certo Já Matei Por Menos. Segundo ele, seria ótimo para passar o tempo e, ainda, com a possibilidade de ler ponderações interessantes sobre O Ser e O Nada (acho que pediram para ele revisar Sartre na prova do ENEM).
Para mim foi muito útil como passatempo durante os três minutos que consegui me dedicar à leitura. E também instrutivo: descobri que é possível, sim, "retaliar" Roland Barthes sem ser médium, mesmo sabendo que ele morreu há 29 anos, e em outro continente.
Esses 5% de hora dedicados ao deleite literário neste moderno produtor de ícones da intelectualidade (a saber, os melhores blogs de todos os tempos do último concurso da MTV) me motivaram também a uma análise semiológica sobre o legado da autora.
A Autora não chegou a pedir, mas em forma de reverência vou escrever em maiúsculas. Como eu falava, a Autora, apesar de ter a certeza de reunir toda a sabedoria ocidental a partir de Da Vinci sob o capuz do casaquinho vermelho encardido que usa nas fotos, nasceu em 1987, ou seja tem 22 anos e conseguiu assistir a, no máximo, 4 Copas do Mundo.
Como dizia o meu falecido padrinho, antes de cada vez em que abusava sexualmente de mim na infância, "alguém que não viu Rivelino fazendo gol no México, não tem capacidade de dizer o que é dívida ativa". Nem acho que essa frase faça muito sentido, mas tomando umas duas no Regaço do Transistor Queimado, vai ter gente dando risada (porque não precisam ter as lembranças doídas do meu passado).
Pois as elocuções da jovem fizeram emergir o meu senso de civismo e sensibilidade humana de algum lugar caótico, débil e ocioso da minha alma, que é uma espécie de câmara de vereadores etérea do meu próprio ser. Rapidamente me inscrevi em um curso de psicologia aplicada a vespas no Instituto Universal Brasileiro e em 72 horas (contando o tempo de compensação do cheque) já estava apto a analisar as chaves ocultas para a persona, o ego e o id da Autora.
Como método científico comprovado, recolhi as frases mais representativas dentro de uma análise psico-proctológica ativa para uma subsequente interpretação.

Era a melhor foto do mundo. A minha vivitar estava na bolsa: Um caminhão de mudança aberto parado na Avenida Higienópolis, uma cadeira Luís XV em cima dele, algumas caixas, um velhinho digno sentado na cadeira comendo laranja. E eu não tirei a foto. Porque tive vergonha de pedir permissão e tudo isso. FAIL.
A mim, tudo é permitido, em nome de fazer "a melhor coisa do mundo". Mas eu sou uma pessoa comum, quase igual a vocês, mesmo sendo bem melhor. Vou contar isso em um tom piegas para mostrar que eu também tenho minha parcela gente. Aí concedo a vocês o direito rápido de me criticar. Mas por uma coisa que eu fiz para o bem do próximo.

Um idiota pra mim é essencialmente uma pessoa que não consegue se colocar no lugar dos outros. Não falo em se colocar no lugar dos outros no sentido católico e altruísta de tratar o outro como gostaríamos de ser tratados etc etc, e sim no sentido de entender qual é a dos outros. Sabe uma pessoa que, por exemplo, tem um iPhone e não consegue entender como as pessoas vivem sem um iPhone? Esse pra mim é o idiota clássico.
Eu não gosto de pessoas que sejam diferentes de mim e que, por isso mesmo, se acham normais. Mas preciso dizer isso de uma forma descolada. Que tal falar que não gosto de gente diferente de mim falando que gente que não gosta de quem é diferente não tem nada na cabeça? Talvez, quando alguém entender a metalinguagem dessa análise esteja tão dopado que vai achar isso inteligente. Ou então, quem perde tempo lendo estas merdas que eu escrevo é idiota mesmo. Ah, e já superei a fase de MP4, gente... foi logo depois que consegui derrotar o computador musical do Genius.

O objetivo de cerca de 30% dos idosos não é passar as maçãs deles na sua frente e ficar menos tempo com as varizes doendo na fila do mercado. Observe que eles até querem ficar na fila. Querem que o caixa demore e tudo isso. Porque o objetivo não é ir pra casa, o objetivo é dizer que eles são educados e você não. Eles são o retrato de uma civilização superior e em ruínas e você é o etrusco da história.
Eu ainda não sou velha, mas como sou feia, tenho o direito de pensar como uma idosa.

Meu conceito de burro é uma pessoa que tem dificuldade de aprender, preguiça, é facilmente distraível, fica irritada quando não entende (as pessoas inteligentes ficam instigadas, curiosas, desafiadas. A típica criança burra é a que joga o quebra-cabeça pra cima porque não conseguiu montar) e, uma vez tendo aprendido, esquece no minuto seguinte.
A questão é: me identifico totalmente com essa descrição.
Eu sou burra, sim, mas se tivesse me conscientizado disso há mais tempo poderia ter poupado o gasto dos meus pais com analista. Já montei alguns quebra-cabeças na vida, mas não sei dizer quantos ou quais. Acho que nesse momento, eu esqueci.

Vocês já fizeram Enem? Eu fiz. No segundo e no terceiro ano. E o Enem era mais fácil que a mais fácil das provas da escola (a saber: minha escola nunca foi um exemplo de rigidez). Ok, isso foi há muito tempo, era o começo do Enem. As coisas podem ter mudado blá blá blá. Mudou nada.
Eu sou burra, sim, mas se tivesse me conscientizado já na época do ENEM poderia ter poupado o gasto dos meus pais com analista. E não ter votado em Lula.

Um Complemento Recorrente de Expressões e Usos (conhecido em meu curso por correspondência como CREU) também foi identificado. É a aplicação, a cada dois posts, da expressão "trombetas do apocalipse", ou em título ou em texto corrido. Carece de uma análise melhor, mas o mesmo tipo de anomalia foi identificado em anões com tendências suicidas, crianças abduzidas ou bancários que sofrem do distúrbio de fim do expediente (também conhecido como alcoolismo).

Agora, o diagnóstico:

Recomenda-se a administração de sexo para a paciente, que pode ser com o gênero oposto, com o mesmo gênero ou até outras espécies de seres vivos, desde que provoquem sensações de euforia, já que atualmente para ela a maior adrenalina injetada no organismo é receber uma proposta de cartão de crédito da C&A pelo correio.

O Cobrador da Silva, PH(o).D(a)

sexta-feira, 24 de julho de 2009


Da fusão entre o cafuzo, o mameluco, o caboclo, um litro de aguardente, duas violas de seis cordas e muita mágoa de adúlterios passados explodindo em letras e acnes, surgiu isso aí:

sexta-feira, 10 de julho de 2009

RONALDO POSITIVO, a saga de um afetado por imunodeficiência

por Tomás do Sul, repórter especial

EXCLUSIVO!!! Nosso repórter mostra como um dos maiores ídolos do futebol de todos os tempos encara a maior partida da carreira: pela vida

Foi o médico do Corinthians, Paulo de Faria, quem confirmou a notícia, diante do jogador, o empresário Fabiano Farah e a fonte que contou tudo ao Paredão e revela o ambiente da sala, como "gelado, tenso e cinzento": "A contraprova deu positiva. É quase impossível que esse exame tenha sido errado pela terceira vez". Naquele início da noite de 24 de fevereiro, Ronaldo Nazário de Lima passava a ser oficialmente um paciente soropositivo. O Fenômeno Ronaldinho, talvez o ídolo esportivo mais popular e carismático do país, tinha sido diagnosticado com AIDS.
Entre soluços, o jogador ligou para a mãe, dona Sônia, e cumpriu a promessa que havia feito a si mesmo, dias antes: mentir no caso de confirmação da doença. "Mãe, é nóis na fita. Tem Fenômeno firme e forte até a Copa de 2016", falou, antes de recomendar a ela que fizesse uma feijoada. E, ainda segundo a fonte oculta do Paredão, o jovem desabou em lágrimas após o telefonema.
No mesmo instante, o médico iniciou um minucioso processo para apagar os registros dos exames, uma operação-abafa, que ganhou o código de "R10 virus NO". O empresário tentou tranquilizar o jovem prometendo a ele uma sobrevida com muitas orgias, sigilo absoluto e empenho em conseguir os melhores tratamentos. "Veja o caso de Magic Johnson (o ex-jogador de basquete americano), que tem uma vida totalmente normal e praticamente conseguiu eliminar a doença do organismo", animou Farah.
Os dias seguintes foram ocupados por um intenso planejamento de marketing. Além de campanhas para incrementar o a idolatria no Timão, o empresário também consultou personal stylist para uma bem planejada mudança de visual. Até as manchetes sobre o sobrepeso do atleta tiveram uma boa dose de calculismo, capaz de desviar completamente a atenção da mídia sobre a partida mais difícil na vida do jogador.

O jogador decidiu com empresários e consultores de imagem que iria deixar o cabelo crescer até o momento que a doença o deixasse de novo careca

Após descoberta da doença, atleta passa por dietas hipercalóricas de MCDonald´s, Elma Chips e sorvetes Nestlé

A morte da namorada de Ronaldo (com quem ele mantinha um romance secreto que durou aproximadamente um ano e meio), Andrea Albertini, vítima de complicações do HIV, deve tirar o véu da doença descoberta há cinco meses. Segundo a fonte oculta, já há em um curso um planejamento de divulgação gradual, que culminaria com uma entrevista exclusiva em um programa dominical noturno. Ronaldo deve se revelar vítima de uma paixão mortal e pretende se tornar garoto-propaganda de campanhas de prevenção e embaixador dos soropositivos pelo mundo.

Capa de importante revista de circulação nacional que empresários do jogador conseguiram vetar

Os empresários estudam agora a possibilidade de um novo contrato vitalício, a exemplo do que o atleta já tem com a multinacional esportiva Nike. Logo que o caso vier à tona, eles planejam acionar o laboratório farmacêutico Glaxo-SmithKline, fabricante do medicamento Retrovir AZT.

MODELO CICCIOLINA DE PRODUZIR NOTÍCIA

Este O Cobrador da Silva ainda é do tempo de datilografar os escritos e depois encaminhar para o copidesque que coloca tudo em um computador. Portanto, site de notícia na internet pra mim não serve nem pra limpar a bunda. Mas o nosso office-boy pauteiro, em suas viagens em busca de porn..., digo, assuntos para este renomado veículo, sempre encontra algo interessante. Desta vez, ele passou pelo portal da Rede Bahia e ficou atraído por uma chamada na homepage. Sem mais descrições redundantes, foi isso aí:
Apenas esse excerto já seria suficiente para meia dúzia de dissertações do mestrado em cultura contemporânea da Facom (que ninguém sabe para que serve e que ninguém iria ler mesmo, nem os orientadores). Afinal, que tipo de distração seria conveniente aos jornalistas? As garotas deitam, rolam e fingem de mortas? Contam as últimas piadas do Disque Ary Toledo da extinta Telebahia? Mostram a sensação térmica de uma bala Hall´s nas partes pubianas dos repórteres? São perguntas que não podem ser respondidas por este O Cobrador aqui. Mas nosso office-boy, como calouro em reportagem investigativa, não se contentou com essa chamada e teve a ousadia de clicar na notícia. Eis o que encontrou:

Evidentemente que o círculo vermelho na foto não foi obra do pessoal que cuida da arte deste Paredão, nos intervalos em que não estão fritando quibe ou coxinha para vender na porta do estádio. Foi resultado da idéia de algum ufanista repórter baiano, ansioso por mostrar o orgulho para nosso estado, traduzido em um subtítulo comovente: "Entre elas estava Monique Caroline, a musa do Vitória. Ela é de Feira de Santana e dá aulas de reforço escolar na cidade".
Realmente, senti a umidade de uma lágrima escorrendo por minha face cinza e asquerosa depois de ler tão sublime homenagem. A única questão é que retirando os textos que envolvem a imagem e colocando ela em algum site do tipo Elite Girls, a jovem e suas colegas poderiam até se passar por professoras de disciplinas bem menos didáticas, que requerem um reforço extra na hora de aplicar um sistema tático. Se é que vocês me entendem.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

CAMPANHA URGENTE


Ajude agora mesmo esse rapaz carente de atenção. Podem clicar em http://twitter.com/huckluciano

GRANDES EQUAÇÕES VERTICAIS DE LUZES E ESTRELAS



segunda-feira, 29 de junho de 2009

Entrevista com JACKO

Depois de ceder, em troca de o equivalente a muito torresmo, o maior furo da imprensa mundial da década (vide post), este Paredão tentou se redimir com os leitores. Em busca da verdade e de uma experiência transcendental, O Cobrador em pessoa e espírito buscou o que vem a ser uma reportagem bombástica, capaz de abalar os leitores e pelo menos umas seis encarnações seguintes. Fui até uma mãe-de-santo no místico bairro da Lapinha, que faz um trabalho social e não cobra pela consulta, e ela incorporou o neo-defunto. Não precisei pagar nada, apenas levar um litro de aguardente para facilitar o trabalho e assinar a rifa de uma brasília 77, que custou R$4 mil o bilhete. Uma senhora espiritualista que nem se preocupou em ser paga pelo serviço. Como eu sei que era mesmo Michael Jackson? Quando ele me viu com a cara chupada de octogenário e um perfume de lavanda pós-barba que nada tem a ver com colônia de bebê, não deu nem um sorrisinho e quis falar só sobre trabalho, sem querer nem contar uma historinha de neverland.
Eis, então, a íntegra da entrevista:

O Cobrador – Michael Jackson, como o senhor está lidando com os boatos de que está vivo?
Michael Jackson – Pelo rápido papo que eu tive na chegada com o Elvis deu pra perceber que as celebridades daqui do além geralmente são tratadas com esse tipo de falta de respeito. Os paparazzi da tumba ficam inventando histórias sobre a gente, ficam procurando assunto, como se fossem urubus em cima de carniça. Ops, foi mal, desculpe o trocadilho mal colocado. De qualquer forma, acho uma afronta a nossa privacidade de alma. Nem mortos conseguimos descansar em paz.

OC – Como foi a receptividade na chegada aos céus?
MJ
– Pra falar a verdade, melhor do que o esperado. Soube que muita gente fez piada por aí com minha ansiedade sobre o Menino Jesus. Mas ninguém sabe que eu estou travando bons diálogos com um brasileiro, o Fernando Ramos da Silva. Ele morreu bem novinho, menos de 20 anos, e ficou conhecido como Pixote aí no país de vocês. Segundo ele, é uma referência elogiosa que recebeu pelo seu trabalho artístico e como exemplo da juventude brasileira. Estamos nos conhecendo melhor.

OC - O senhor sequer foi enterrado ainda e já está aqui conversando comigo. Dizem que seu caixão parece um sarcófago de faraó e vai custar o equivalente a 50 mil reais. Até o velório vai ser um megashow com ingresso de 30 reais. O que o senhor fala a esse respeito?
MJ - Não queria ter essa vida de novo, nem morta.

OC - Muito se comenta o fato do senhor não ter deixado nenhum centavo de dólar para o seu pai. O senhor não acha que foi muito cruel?
MJ - Não que tivesse acontecido comigo, mas se o senhor fosse espancado, humilhado, xingado e escarrado, tomasse um cachação toda vez que desafinasse ou escorregasse em um passo e ainda visse suas irmãs sendo abusadas sexualmente em todas as posições imagináveis, com o ânus currado, lascado e sangrando todos os dias, o senhor teria que tipo de reação?

OC - Sei lá, talvez contratasse um pessoal barra-pesada para torturar um miserável desses até um morte lenta, sofrida...
MJ - Então, o senhor ainda acha que deixar de dar uma grana foi realmente um castigo?

OC- Para finalizar, o senhor já sabe o que anda pra trás, muda de cor...
MJ
– Fuck you, son of the bitch.
Madame Zorilda de Oxum, no exato momento em que Jacko foi embora sem dizer tchau

domingo, 28 de junho de 2009

Da fusão entre o negro, o branco, o índio, uma alcachofra gigante transgênica e uma overdose de
ilariê nasceu isso aí:

sexta-feira, 26 de junho de 2009

EXCLUSIVO: Pintores revoltados vão borrar jornais da Bahia

por Tomás do Sul (repórter especial)

O Sindicato dos Pintores de Parede Autônomos e Seguradores de Rolo (SPPARRO) pretende homologar na próxima semana uma ação civil pública no Ministério Público e uma nota de repúdio no Sindicato dos Jornalistas da Bahia. Os profissionais do segmento de tinturar interiores estão revoltados com o prejuízo indireto ao trabalho deles advindo da redução de conteúdo das publicações impressas no estado.
A entidade de classe planeja protocolar a ação em que argumenta que a única razão de adquirir jornais está ameaçada. Atualmente, ponderam os reclamantes, um exemplar inteiro não funciona mais para colocar no chão e proteger o piso da tinta que escorre. "É um absurdo porque outro dia comprei o jornal e não deu pra cobrir sequer uma sala de 15m², que eu estava pintando com PVA", esbraveja João Dali do Salvador, vice-presidente de relações institucionais do SPPARRO. Questionado porque não leu o exemplar, ele reagiu com certa rispidez. "O senhor acha que eu vou ficar me interessando com coisas que não me dizem respeito como avião 44-alguma coisa, o namorado bichinha de Madona ou se Ivete Sangalo vai usar chinelo de dedo ou salto alto a partir do quarto mês de gravidez? Eu tenho mais o que fazer", concluiu, antes de pegar de novo na broxa.
João Dali, vice-presidente de relações institucionais do SPARRO, que pretende pintar o quadro-negro da imprensa baiana

MICHAEL JACKSON MORREU PRIMEIRO AQUI

“Michael Jackson morreu, mas me dê minha pititinga”
Foi com essa frase que o office-boy do Paredão da Imprensa divulgou displicentemente o maior furo de reportagem do século XXI. Ele que é o mancebo mais bem informado do Nordeste de Amaralina e adjacências entrou na redação no final da tarde com a boca cheia de farofa reclamando o que era o mais importante para ele: as agulhinhas fritas que o seu Tonho de Amorzinho havia anunciado por toda a rua que deixara em nossa central de informações e boatos bem fundados.
A história de como o boy obteve essa informação privilegiada renderia um Thriller (desculpem o trocadilho, mas é inevitável uma piadinha mórbida). Ele recebeu uma ligação do rapaz que brincava de “se esconder” com ele na infância. A voz foi logo reconhecida, mas o número no celular (cheio de algarismos) e a mensagem, não. “Ris déde, ris déde, risnote brifingue”, arfava, do outro lado da linha.
Sem compreender nada, o boy só falou: “calma, Cirilo, é você mesmo? Baixou o caboclo que entra em dona Dalva de novo?” Só então o amigo se deu conta que falava em língua estranha ao antigo parceiro (no bom sentido, claro) e explicou detalhadamente. Tinha ido para Los Angeles ser professor de capoeira dos gringos e lá conheceu Michael Jackson, que estava disfarçado de algo mais humano do que ele, um clone do Homer Simpson. Quando se tocou, já estava sendo convidado para aulas particulares com aquele homem careca e de rosto amarelo, com a protuberância abdominal, mas que estranhamente pediu licença para trocar de roupa e voltou do quarto magro, cabelo de chapinha e cara deformada cheia de ecmoses.
Só percebeu que era Jacko, quando tentou ensinar a dar um rabo-de-arraia e o nariz do aluno caiu. Ele simplesmente falou "sorry, sir" e grudou de volta a prótese nasal, como se fizesse algo simples como espirrar. Em questão de dias já dormia na mansão do astro, cujo aluguel é de 100 mil dólares mensais, mas sempre usando proteção (e não estou aqui falando de máscara cirúrgica, não). Até que naquela tarde ele - o ex-dono do ratinho Ben - sucumbiu aos efeitos nocivos de uma overdose de MM´s durante uma espécie de orgia com filmes antigos de Jerry Lewis, gessos ortopédicos de antebraços (???) e uma ampulheta do século XIV (nem precisa perguntar como eles usavam esse artefato).
Quando percebeu que o homem de 750 milhões de discos, 50 anos e amores do jardim de infância não respondia mais aos chamados, Cirilo resolveu ligar para a única pessoa que lembrava o número de celular de cabeça, que vem a ser o nosso boy pauteiro de O Paredão.
Assim que soube da história, fiz um DDI a cobrar para meus amigos do Los Angeles Times (que eu carinhosamente chamo de LAT) e ofereci a informação em troca de uma contribuição para o fundo paredônico contra a censura e pelo crédito livre. Alguns chamam isso de achaque, mas eu prefiro acreditar que estou lutando pela sobrevivência dos pequenos meios. Foi assim que os repórteres Andrew Blankstein e Phil Willon assinaram uma descoberta que é mais baiana do que o golpe das forminhas de empada na passarela.
Resta o consolo: Michael Jackson, como os répteis famosos do reino animal, vai ser empalhado e colocado em exposição pelo mundo. É o início da turnê “Who´s dead”.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A QUEDA DO DIPLOMA, A QUEDA DA BASTILHA E A QUEDA NA LONA

A decisão do STF de desobrigar o diploma para o exercício do jornalismo abriu caminho para a mais nova contratação de O Paredão da Imprensa. Vindo diretamente de um curso de especialização no New York Times, eis o nosso próximo chefe de reportagem:

“E aí, campeão, vai encarar essa pauta?”, propõe o Hollyfield versão jornalista, cujo estilo tem o melhor do jornalismo literário (ele bate primeiro e sua cabeça viaja para um conto de fadas depois).

SOBRE A ESSÊNCIA FREUDIANA DE FATOS E PESSOAS

Este Cobrador da Silva diariamente recebe indicações do que assistir, do que ouvir e do que ler e – consequentemente – do que esconjurar. Tem coisas realmente que merecem uma avaliação psico-proctológica mais profunda, como os programas Se Jogue (TV Salvador) e o apresentador Guiga Reis (alguma coisa rural, na Bandeirantes). Estes desencaixes que servem tanto para a análise comunicacional como para estudos sobre genética e aberrações estão guardados para futuros momentos de introspecção (bebendo meu Velho Barreiro e mordendo meu toucinho de estimação envelhecido 12 anos).

Por ora, vale o comentário motivado por uma missiva bem singela recebida há poucos dias em nossa redação:


Caro O Cobrador,

Meu nome é Poliana (não precisa dizer que sou moça...hihihi) e estudo jornalismo na faculdade XXXXXX (nota do Cobrador: só colocamos o nome com pagamento de jabá). Gostaria de falar a você sobre a experiência mágica que tenho todas as terças e quintas-feiras com uma professora muito querida. Ela nos ensina coisas legais, como sermos éticos na profissão, como escrevermos bons textos, como nos sindicalizarmos sem esperar duas semanas na DRT e até como aproveitarmos melhor as promoções de vitrine nas Lojas Marisa!!!

Ah, ela sabe o que está falando, ela tem conhecimento de causa, porque faz comentários na Rádio XXXXXX (nota do Cobrador: só colocamos o nome com pagamento de jabá) e escreve aos domingos no jornal XXXXXX (nota do Cobrador: talvez, nem com pagamento de jabá a gente faça essa divulgação). Que mulher maravilhosa! Ela chega a parecer um pouco com a Gisele Bundchen(mas só fisicamente), principalmente o nariz...hihihi O nome da minha musa e ídola é Malu Fontes.


Antes de qualquer coisa, preciso avisar a Poliana que a professora não chegou a ensinar que ídolo não tem flexão de gênero. Só que isso é o de menos.

Resolvi ler o que a magistrada do jornalismo escreve no jornal. Depois de quatro parágrafos, já agradecia a ela a chance que está me dando de ganhar muito dinheiro. Em um futuro longínquo, quando eu tiver um filho de seis anos, vou obrigar ele a assistir aos programas de maior sucesso, depois coloco dois todynhos, um pacote de batata chips e um kinder ovo de sobremesa e condiciono ele a escrever um texto sobre o que viu. A combinação desta bomba calórica com uma visão de mundo, digamos, pediátrica, vai dar um ensaio semanal com profundidade semelhante à da guru de polianas acadêmicas. Basta usar um pseudônimo que pareça de professor universitário para tirar esse pagamento mensal como articulista.

Sobre a rádio, escutei durante o trânsito um comentário que o relógio insistia em apontar uma duração de quatro minutos, mas que eu considero como problema na bateria, porque aquilo durou no mínimo umas duas horas e meia. Quanto rancor, quanta ira, quantas frases prontas, quantos clichês e, principalmente, quanta voz aguda e quanto faniquito em uma só pessoa. Sobre o conteúdo, abstenho-me de falar. Deixo para o futuro, quando meu filho tiver seis anos e adquirir o mesmo nível intelectual para uma análise com equivalência de argumentos. Sobre o resto, a minha única avaliação é sobre como a histeria identificada por Freud se revela em certas ausências. No caso, a falta de um XXXXX (nota do Cobrador: só colocamos o nome do referido órgão com o pagamento de jabá).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

TENHA MEDO DO TEATRO BAIANO

Isso não vai ficar impune.
O Paredão da Imprensa retoma sua programação normal de cusparadas, vômitos e defecações públicas com a denúncia de um crime ocorrido nas barbas dos homens de coturno do Quartel dos Aflitos. Ali, onde os discípulos do DOPS resolveram camuflar um imóvel como Teatro Gamboa Nova, sessões de tortura, humilhações e constrangimentos coletivos são perpetradas semanalmente sob a chancela do secretário estadual de cultura, Márcio Meirelles, o delegado Fleury das artes na Bahia. Com o conteúdo menos expressivo do que estômago de anoréxica, as peças que se revezam no local têm a mesma poesia inerente ao repertório de Amado Batista. Suspeita-se que saiam de cartaz não apenas pela escassez progressiva de público, mas pelo conhecimento das assistentes sociais do Juliano Moreira e a conseqüente custódia de autores e atores. Sabe-se, inclusive, que os bilheteiros são aposentados pelo INSS a cada 6 meses, tamanha a exposição a condições de insalubridade. Muitos são
acometidos de LER (lesão por escândalo repetitivo). O mais recente foi diagnosticado na perícia com esgotamento do hipotálamo – a região do cérebro responsável por buscar sentido e nexo nas diferentes manifestações humanas. Toda essa combinação de resíduos intelectuais fez daquela região a maior ameaça ao sistema nervoso parassimpático desde a descoberta da rotação invertida dos LPs de Fofão.
Já havia relatos na redação do Paredão da Imprensa dessa selvageria feitos por nosso Office-boy pauteiro. Ele que recebeu um vultoso aumento de remuneração e agora percebe o equivalente a 16 exemplares da Tribuna da Bahia (salário bimensal), agora que ficou barão deu pra trocar o lazer do fim de semana. Mudou do festival de sabores Cremosinho promovido na laje do barraco para idas esporádicas ao Gamboa Nova com alguma neguinha que conhece na roleta do coletivo ou os amigos marxistas dele, que por ora estão oferecendo mais-valia como porteiros no Pituba Ville ou almoxarifes da última das Lojas Pernambucanas, numa esquina do Nordeste de Amaralina e que já poderia ter colocado o nome no singular há um bom tempo. Pois as sinopses com tadas por nosso boy eram tão delirantes que todos acharam razoável admitir a dependência química pelo crack associada à passagem pela ladeira da Independência.

Até que neste fim de semana O Cobrador em pessoa – e sobrenome Silva – resolveu deixar as obrigações de sábado à noite que são tirar com pinça os pentelhos do invólucro escrotal e ter uma overdose com a fumaça da espiral de Sentinela – não necessariamente nesta ordem. Movido pela vontade de demonstrar sensibilidade a uma dama conhecida em um risca-faca da Rua Carlos Gomes e pela crise financeira internacional, levei a moça ao estrupí..., ou melhor, ao referido teatro. Nem me dei ao trabalho de saber o nome da peça, para mim interessava apenas a proximidade aos hotéis de alta rotatividade do Largo Dois de Julho.
Lá dentro, fiquei sabendo se tratar de Quem Tem Medo de Dona Margarida?, e logo lembrei que a crítica nos jornais que a estagiária de secretariado executivo lê para me passar o clipping falava em “uma professora que mostra à classe, em seu primeiro dia de aula, o modelo perfeito de aluno, partindo de seu exemplo de vida, pois ela sempre foi exemplar. Então, não tolera desobediência e nem comete injustiças”.
Pensei que quando eu falasse sobre minhas virtudes de gênio precoce na turma de dona Filomena do Colégio Central nos idos de 1930 a jovem iria ficar mais molhada do que a mãe de um deputado federal ou de um agente da Transalvador e eu teria uma noite inesquecível. Apesar do cheiro similar ao borrifador Xadrez n°5 – o preferido das celas de delegacia -, resolvi sentar com os outros 7 espectadores, contando com a menina do risca-faca, o contra-regra e a mulher que filma
va com uma câmera Eletrovision de 3 megapixels.
Pouparei os nobres leitores de um relato pormenorizado de minha experiência tão aterrorizante quanto fazer sexo com Elza Soares. Dá para dizer apenas frases desconexas sobre como ficou comprovada relatividade de Einstein ao perceber que os 70 minutos de tortura de um monólogo para dementes pareceram dois dias e meio sem água e comida. Ou que o autor, cujo nome está sendo mantido em sigilo pela trupe porque o ECA impede a divulgação de jovens com necessidades especiais em situação de risco, merece um tratamento urgente para aneurisma cerebral. Ou que a atriz, uma tal de Cecília Moura, só não precisa de tratamento odontológico, porque só os dentes prestam. Ela que resolveu ficar nua em cena por duas grandes razões – em nome da arte e para fazer este Cobrador aqui ter alguns sofridos minutos de dúvida sobre gostar ou não do sexo oposto. Com nádegas tão belas e bem cuidadas como um Box de miúdos da feira de São Joaquim, a protagonista teve uma performance que me fez lembrar elementos cênicos que remontam das tragédias gregas, como gelatina, ca
sca de laranja e – por que não – um queijo suíço. Apogeu da dramatização, a “professora” retira de dentro de uma calçola com fundilhos I Love Brazil uma... perereca de plástico. A platéia ri – não se sabe de piedade, de vergonha alheia ou por ter compartilhado o mesmo narguilé da trupe.
Há pouco mais a dizer, a não ser que dá para repensar a aplicação da pena de morte no Brasil depois de experiência do gênero. Desejar que alguns dos idealizadores morram dolorosamente de câncer ainda é pouco (até porque alguns deles já têm carcinomas em estágio avançado no cérebro). Provoquem o Ministério Público para agir, ou então invoquem o poder do Corujito para nos salvar imediatamente. Tragam para este Cobrador as vísceras ainda quentes do criminoso que escreveu aquilo.
Além de tudo, a menina do risca-faca ainda alegou náuseas ao final da odisséia e eu tive que dormir com as imagens da flacidez atormentando meu juízo – e sem o efeito narcotizante da espiral de Sentinela. Eu juro que isso não vai ficar por isso mesmo.

sábado, 13 de junho de 2009

FILHO DA P(A)UTA

O principal pauteiro de nosso Paredão, como vocês sabem, é o nosso office-boy, que trabalha conosco em turnos alternados com a função de motoboy em um delivery de pizzaria e go-go boy nas madrugadas. Pois bem, com seu faro aguçado para notícia (e para pizza de peperoni estragada), ele abriu hoje os Classificados do jornal A Tarde em busca de algum assunto interessante. Deparou-se com "Carlinha, discreta, provocante, carinhosa, 10 reais". Percebeu ali um interessante para uma reportagem de jornalismo participativo. Pensou em ligar, mas desistiu rapidamente. Também pudera. Por 10 reais, até pelo telefone ela conseguiria transmitir doença venérea.

INADIÁVEL SOFISMA

Assustar-se com o etéreo pode ser tão edificante quanto domar um sortilégio polêmico daquele raquítico garoto em situação de rua e jejum fora do normal, particularmente a dois. Esta frase, certamente, é mais uma asneira escrita de forma ininteligível e com significativos erros linguísticos. Não serve pra nada. Mas é bem capaz de você ler coisa muito pior em muito jornal baiano por aí.

TUDO É PASSAGEIRO, MENOS O COBRADOR

ELE VOLTOU, anunciou o estagiário da produção.
ESSE CARA PARECE ESTAR COM SANGUE NOS OLHOS, temeu o chefe de reportagem hipocondríaco.
EU AVISEI, PORRA, PRA VOCÊS FICAREM ATENTOS QUE ELE IRIA VOLTAR, vociferou o inseguro repórter de esportes.
ESSE CARA DEVE ESTAR SEM BALA NA AGULHA, arriscou o editor-chefe, no único momento em que conseguiu parar de pensar no teco de qualidade que vai dar hoje à noite.
UM FILHA DA PUTA DESSES TINHA ERA QUE MORRER, prometeu o fotógrafo de polícia.
ELE TEM UM JEITO DE BOFE, disse, afetadíssimo, o colunista de moda e sociedade.
UM CARA DESSES TEM QUE SER BANIDO DE NOSSO CONVÍVIO. ESPEREM SÓ EU DESCOBRIR QUEM É, desafiou o diretor de redação.

E isso tudo foi
antes do post do retorno ser escrito. Sejam bem vindos vocês, alvos eternos do Paredão da Imprensa. A carnificina vai ser retomada.

DA SÉRIE: tijoladas passadas movem moinhos

Esta foi retirada do fundo do baú, nos estertores de julho de 2003. Pode até ser que o personagem deste post não tenha sobrevivido a lisérgicas noites de criação literária aditivadas por energéticos líquidos, sólidos e gasosos.

DRT - Distúrbio da Razão Terminal
Na rotina semestral de checar e-mails, este cobradorzinho que vos escreve encontra a seguinte missiva digital de um leitor eufórico.

Grande cobrador,
Existe um site chamdo Sedivirta.com.br que se propõe a cobrir festas e ter alguns "colunistas" de salvador. Leia a coluna de um tal de Ildázio Júnior... Leia na Íntegra!!! Isso saiu no http://ssa.sedivirta.com.br/ mas pelo que pude constatar, a coluna desta semana já saiu do ar!

Brothers & Sisters,
Shalom, pax, paz, peace e mucho amor a todos!! Antes de mais nada e sempre, agradecimentos à todos os que nos prestigiaram no TAPIOCA e na KORUNN nesta semana de festas bala que rolou a milhão com todos os ingredientes na medida certa e o caldeirão ferveu!! Se liguem nos banners abaixo com as devidas informações dos nossos eventos para esta semana! Diversão e astral é com agente mesmo!!
Bom, vamos escrever né!
Meu tema escolhido para esta semana é uma das quatro classificações para o homem moderno feita por uma galera do bem, reunida lá no irado Tempero da Dádá(que junto do Lôro Patamares são as melhores opções para um papo
descolado com umas cervas nas tardes de sexta e sábado), o famoso:
ESPADA PREGUIÇOSA
Facilmente reconhecido em todas as turmas e galeras, o Espada Preguiçosa se insere em uma das classificações que mede a disposição masculina to catch, act & finalize a mulherada! Resumindo, se o cara manda bem e monta na
lambreta tá ligado fischer!?!?! Senão vejamos os tipos diversos da rapêize:
- O pega ninga
- O normal
- O preparado
- O Doente
E o famosííííssssssssiiiimmmo ESPADA PREGUIÇOSA!! O Espada preguiçosa é aquele famoso cara que mulher e sexo, definitivamente não são uma das suas prioridades, manja? Não! Não caros leitores, ele não é boiola, não cede a cauda sem resistência, nem muito menos curte ouvir o ABBA e o Village People cantando e coreografando YMCA. Poderia dizer que para ele ganhar dinheiro é mais fácil do que ganhar mulher, tá ligado!? Geralmente capazes e expoentes em suas atividades, o binga adormecida tem até uma namorada toda nos trinques porém "bater na boca da sapa" (como diria tão sutilmente Tonhão, o borracheiro aqui do principado de Itapoan) não é a dele!
Citemos um grande expoente dos espachins, o grande piloto, já falecido Ayrton Senna! Veja bem fraco, o negócio do cara era correr na F1, ser o
melhor das pistas, bater recorde em pole position e acabou! Agora debulhar a mulherada... aoooonnnndee?!?!?! Tá, tá, vocês até podem alegar a tal da Luma e a Galisteu, mas para um cara com a fama e a notoriedade dele essas duas
não passam de duas gatas tupiniquins!! Agora se ligue em Piquet! Pôrra, o cara têm uma lancha de 100 pés chamada GOSTOSA, casou 05 vezes(três gringas e duas brazucas), a mulher dele atual(um boeing por sinal!) é mais nova que
ele uns 10 a 15 anos, tá aí vivinho da silva e tri-campeão mundial cheio das folhas no bolso! Outra definição em caráter figurado que se encaixa muito bem é a comparação entre as personalidades do golfinho e o tubarão! O cara não é veado e sim golfinho, se ligou! Inclusive o dorminhoco em questão, se colocar camisinha para uma transa, o bingolim pensa que é touca e dorme, só acorda 12 horas depois e amarradão para jogar um Squash com a turma! Aí você
pergunta: -E a gata do cara como fica nessa? Olhe fraco, a gata geralmente costuma compensar com o outro lado extremamente atrativo do bilau sonolento: o seu bolso! O cara não curte dar um showzinho com a mina nas quatro
paredes, mais não é bobo não fischer! Tem o real, a lancha, a moto, a casa de praia, e a mulherada pensa duas vezes em trocar um cara, digamos assim, excêntrico e com o bambá por um na classificação doente e quebradinho né
fraco! Pois é, olhem bem para o lado de vocês que reconhecerão este bem necessário as turmas, pois antes de mais nada eles são companheiros, pagam as contas das minas, são compreensivos com elas e nois faz o resto!!
Inté e muita festa na cabeça!!
Ilds


Pois é, esse texto brilhante e inteligente merece ser estraçalhado no paredão da imprensa! O cara tem DRT e os diabo!!
abraços
O Devedor


Pois é. Depois de anos e carreira e dedicação, somos obrigados a descer ao patamar do lixo mental. Ainda somos convocados a "estraçalhar" os frangalhos intelectuais de seres que são de inteira responsabilidade de clínicas de desintoxicação. Isto é muita covardia. Portanto, se alguém quiser sacanear que mande os comentários aí nas tijoladas.

DA SÉRIE: tijoladas passadas movem moinhos

Publicado em 20 de março de 2003:

MPB - Música da Patuléia Baiana
O programa de amenidades da TV Bahia avisou hoje que toda quinta-feira será apresentado um quadro com os "novos e talentosos compositores da música baiana". O autor inaugural foi um camaradinha chamado Tenisson Del Rey, apontado como o mais laureado do carnaval baiano.
Falaê Del Rey:
"Olha, para fazer um bom trabalho o cara tem que ter uma história de bom gosto"

São dele os seguintes marcos da moderna literatura baiana:
"Cabelo raspadinho, estilo Ronaldinho
Cabelo pintado ou "VO"
Cabelo embaraçado, encaracolado
Rastafari e rock'n roll"
ou então
"Eu quero entrar
Qual é a senha?
Venha
Venha"

DA SÉRIE: tijoladas passadas movem moinhos

Em tempos de guerra, a cobertura do nosso Paredão rivalizou com a CNN e a BBC, já que na época não existia Fox News ou Jornal da Metrópole ("a maior tiragem da Bahia, juntando os outros dois jornais e meio"). Este Cobrador que vos fala admite que noites em claro acompanhando as notícias do front e castigando o fígado com Velho Barreiro não foram em vão. A cobertura da guerra no Iraque mereceu o prêmio Espírito de Corpo da Organização Internacional Pró-Libertação do Jabazeiro Desconhecido. Para que os novos leitores tenham idéia de como se desenvolvia a cobertura vale a pena resgatar da linotipia os trechos de uma reportagem especial que comoveu parentes dos soldados. Direto de março de 2003 para os hodiernos tempos:

OPINIÃO ABALIZADA
A programação normal das grandes empresas de comunicação do mundo está entrecortada pela cobertura da guerra. O Paredão, como maior expoente do segmento estúpido-canalha da mídia, lado a lado com o programa Linha Direta, não poderia ficar de fora do convescote belicoso que se transformou o fornecimento de informação nos últimos dias. Mas para amenizar um pouco o choque e a crueldade de divulgar as novas do front, o Paredão optou por um noticiário mais light (a denominação um pouco mais pomposa para abobrinha impressa em papel-jornal). Leiam trechos das opiniões da classe artística sobre o conflito:
Marisa Orth (Magda de nascimento e animal racional nas horas vagas) - "Guerra é um atalho, não é uma saída. E todo atalho tem um lobo mau."
Fernanda Torres (uma pessoa quase normal quando não está anormal) - "A guerra é tão estupefata que eu sou uma pulga para achar qualquer coisa..."
Symony (criminologista e entusiasta do sistema penitenciário como instrumento de extração de sêmen) - "Guerra é guerra, né? O nome já diz tudo!"
Helen Ganzarolli (apenas uma mulher torcendo para não ter um cliente americano) - "Eu nunca fui aos Estados Unidos, mas, se tivesse que viajar hoje para lá, ficaria com medo".
Manuela (a Dona Flor do Big Brother Brasil) - "O capitalismo é o grande mal de nossos tempos e os americanos acham que isso é a vida. Ele veio para acabar com todos os bens que as religiòes pregam."

Fonte: Bíblia do Moderno Pensamento Filosófico do Show-Biz (mais conhecida como o site Babado)

DA SÉRIE: tijoladas passadas movem moinhos

O Paredão da Imprensa sempre foi um órgão (ui!) democrático - até que sejam aviltados os interesses estético-gastronômicos do patrão. Uma prova disso (talvez a única em toda a história) é o direito de resposta concedido, no longínquo março de 2003, a um leitora, se não for exigir demais em termos de alfabetização da presidente do fã clube de Ana Paula Padrão.

DIREITO DE RESPOSTA

Rolou uma certa celeuma (ô palavrinha bicha da porra) nas tijoladas utilizadas pelos leitores em algum dos posts aí de baixo. Nossa amável Tati (http://meujornal.weblogger.com.br/) fez algumas observações pertinente à nossa conduta, que nos deixaram moralmente abalados. Depois de refeitos do choque psicológico, conseguimos redigir, em forma de memorando, uma resposta. Como ela ficou muito grande para um comentário, resolvemos postar aqui. Espero que ela não fique revoltada e nos esconjure:

Mar 23 2003, 12:22 am
Cobrador,
Acho que vc deveria verificar a veracidade daquilo que publica. A Ana Paula,como toda pessoa pública, passa por essas fofocas ridículas. Vc vai querer falar que Brasília inteira fala que ela teve um caso com o FHC...alguns dizem que eles até tiveram um filho. Me pergunto como as pessoas pensaram nisso...Como pode uma mulher ter um filho sem ter ficado grávida e barriguda? Acho um pouco inviável,não?
Enfim...todas as fofocas que rondam o nome da Ana Paula são infundadas...basta aprofundar um pouco mais as pesquisas para chegarmos a esta óbvia conclusão.
Concordo que tem gente que não gosta de seu trabalho mas...denegrir a sua imagem é totalmente incorreto e infantil...
Espero que pense nisso.
Um abraço,
Tatiana

Mais uma coisa...
É mto fácil justificar o sucesso de uma pessoa tendo o sexo como justificativa. Dizer que a Ana Paula é o que é por causa de amantes é ridículo!
Por que ninguém fala da Patrícia Poeta? Essa sim aplicou o golpe do baú: casou com o diretor GERAL de jornalismo,na época e, de moça do tempo, virou âncora e correspondente internacional...
Tsc,tsc,tsc...com tantos casos verídicos vcs se importam com futriquinhas da oposição invejosa???

Memorando do Paredão da Imprensa
Tati,
Sinceramente, O Cobrador aqui não quer comprar briga contigo. Hoje em dia, como bem sabem as operadoras de cartão de crédito e as agências de scort...ops...ééé... modelos, a concorrência é muito grande e fica difícil fidelizar clientes. Por isso, não estamos a fim de nos indispor com nossos três ou quatro leitores.
Portanto, vou escrever as coisas com muita cautela para não te chocar, já que me parece que você é uma garota muito legal e amável, apenas pecando um pouco por ingenuidade. Sim, você me parece um garotinha cândida e ingênua, principalmente ao deixar mensagens tão (como eu poderia dizer?) "Polianas" como as que li no seu belo blog: “Minha vida, meus sonhos e a grande luta para me tornar uma famosa jornalista..."
Tudo bem, isso não vem ao caso. Acho até bonito seu amor e devoção por Aninha Paula. Penso até que é lícito dizer que você considera a carreira dela vitoriosa, digna e exemplar. Além do mais, como você daria crédito a um bando de energúmenos desocupados que passam o dia esculhambando os outros? Como poderia levar a sério as acusações infundadas de um canalha a uma senhora casada e profissional bem-sucedida?
Então, vamos lá. Se eu não me engano, você recomenda que a gente procure aprofundar a veracidade do que publica. E, tal qual um manual de bom jornalismo, ainda admoesta nossas “fofocas ridículas”. O que você chama de aprofundar a veracidade? Uma foto em câmera digital serve? Pois a gente não tem. Mas se depoimentos, dezenas deles, funcionarem, isso a gente tem. Convido você a uma visita à laboriosa Assembléia Legislativa da Bahia, ou então a um encontro com quatro ou cinco políticos baianos que transitem muito por Brasília. Não precisa selecionar, basta apontar para meia dúzia deles e chamar para um papo. Eles vão contar, com riqueza chocante de detalhes, todas as posiç... ou melhor, pautas que Aninha Paula consegue cumprir em uma tarde desde a época em que era repórter. Tinha até um político daqui bem íntimo, mas esta já é uma outra história.
Você falou que as críticas são por um tal caso com FHC e que ela virou alvo de boatos por causa de um suposto filho. Garota, se você quer mesmo ser uma “jornalista famosa”, como li em seu blog, é melhor começar a ler a revista Caros Amigos. Esta foi a única publicação com coragem de estampar, há uns cinco anos, todo o caso amoroso do antigo presidente com uma jornalista da Globo, que precisou ser transferida para Portugal. O menino hoje deve ter uns 10 anos. Não, não era Ana Paula Padrão. Entretanto, seu ato-falho me parece significar alguma coisa. Você, por acaso, tentou dizer o real motivo de algumas informações privilegiadas do Planalto terem caído nas mãos dela? Danadinha, você, hein, Tati. Tá aprendendo muito com informação subliminar.
Ah, Patrícia Poeta? A gente não chuta cachorro morto, querida. Essa assumiu o papel de mucama e acabou com qualquer chance de ser sacaneada. Quando o mangangão lá tiver “chupado até o caroço” vai largar a dita-cuja ao deus-dará. E aí ela vai ter que procurar consolo com o velho Luís Fernando Veríssimo, se ainda existir Viagra que o faça sair da paixão meramente platônica.
E não nos leve a mal, Tati. Reitero que você é muito gente boa. Só tem um pouco de mau gosto na hora de escolher o Paredão para ler. Não combina com o alto nível de suas preferências.
Um abraço do
O Cobrador

DA SÉRIE: tijoladas passadas movem moinhos

Publicada em 23 de março de 2003, um domingo

UMA MULHER DE TALENTO

A ex-dançarina do Domingão do Faustão, ex-quenga na novela Porto dos Milagres, ex-candidata do quadro Essa é Prá Casar, do Caldeirão do Huck, ex-garota do tempo do jornal O Dia, ex-estudante de jornalismo e atual nova celebridade do Ocidente, Sabrina Sato, participou do Fantástico como Repórter por um dia. Depois de mostrar seu talento que precisa de creme anti-celulite toda noite, no programa Big Brother Brasil, ela realizou seu sonho de gravar um off para a Globo. A estréia da mestiça de língua presa (presa? isso não diminui a versatilidade profissional da jovem?) como repórter foi no jogo Corinthians x São Paulo, final do Campeonato Paulista. Não há muito o que dizer. Apenas registrar um flash. Diante de algum jogador do time mais nojento do Brasil, ela consulta: "Posso parar um pouquinho para pensar na pergunta que vou fazer?" Alguns instantes depois, ela emenda o questionamento, que deve ter custado alguns preciosos e derradeiros neurônios da inóspita cabeça da japa: "E aí, qual a sua expectativa para o jogo?"
Desce o pano. Aplausos.

DA SÉRIE: tijoladas passadas movem moinhos

Até que os nobres patrocinadores resolvam bancar o inconsequente retorno deste irresponsável veículo de esculhambação da imprensa, vamos nos fazer retomando pedradas atiradas há tempos. Esta aí mesmo foi publicada em um sábado, 8 de fevereiro de 2003.

UM APLAUSO PARA A CHACINA

O principal fato da imprensa baiana nesta semana que termina hoje aconteceu dentro de uma redação. Não teve a divulgação de uma grande manchete e nem a repercussão semelhante a eventos basilares da cultura baiana, como por exemplo, o nascimento de Camily Victoria. Refiro-me à demissão da primeira meia dúzia de picaretas, ladrões e (nesse caso, mais do que nunca) ex-croques do jornal A Tarde. O diretor de redação Ricardo Noblat, o Pato Purific das laudas, resolveu antecipar a faxina ética que estava programada para depois do Carnaval. O clima é tenso no covil do JOCA (Jornalistas Organizados, Criminalidade Atuante), a entidade etérica, a máfia subliminar que tinha a certeza da impunidade até pouco tempo. Noblat, o Wyatt Earp do lead, já avisou que tem total controle corporativo e poder de polícia para não apenas demitir como também mandar prender. No Salloon da Tancredo Neves, os cartazes de Procura-se já estão sendo colados, em nome da integridade e sobrevivência das conta-correntes dos Simões, que vinham sendo impiedosamente tungadas perante a fome insaciável dos traficantes de sinecuras. A forma humilhante como as exonerações estão sendo feitas rivaliza com o descaso em uma fila para atendimento em hospitais públicos. Noblat, o Huno das pautas, de forma impiedosa, considera que não basta apenas desligar o canalha. É preciso acabar com reputações, jogar na boca-de-lobo da dignidade a fleuma característica dos sorrateiros agatunados, que tentam disfarçar as mãos lambuzadas da corrupção com luvas de veludo.
Por tudo isso, o Paredão julga por bem parabenizar Noblat, o Slobodan Milosevic dos jabaculês, por esta carnificina moral.