quinta-feira, 18 de junho de 2009

SOBRE A ESSÊNCIA FREUDIANA DE FATOS E PESSOAS

Este Cobrador da Silva diariamente recebe indicações do que assistir, do que ouvir e do que ler e – consequentemente – do que esconjurar. Tem coisas realmente que merecem uma avaliação psico-proctológica mais profunda, como os programas Se Jogue (TV Salvador) e o apresentador Guiga Reis (alguma coisa rural, na Bandeirantes). Estes desencaixes que servem tanto para a análise comunicacional como para estudos sobre genética e aberrações estão guardados para futuros momentos de introspecção (bebendo meu Velho Barreiro e mordendo meu toucinho de estimação envelhecido 12 anos).

Por ora, vale o comentário motivado por uma missiva bem singela recebida há poucos dias em nossa redação:


Caro O Cobrador,

Meu nome é Poliana (não precisa dizer que sou moça...hihihi) e estudo jornalismo na faculdade XXXXXX (nota do Cobrador: só colocamos o nome com pagamento de jabá). Gostaria de falar a você sobre a experiência mágica que tenho todas as terças e quintas-feiras com uma professora muito querida. Ela nos ensina coisas legais, como sermos éticos na profissão, como escrevermos bons textos, como nos sindicalizarmos sem esperar duas semanas na DRT e até como aproveitarmos melhor as promoções de vitrine nas Lojas Marisa!!!

Ah, ela sabe o que está falando, ela tem conhecimento de causa, porque faz comentários na Rádio XXXXXX (nota do Cobrador: só colocamos o nome com pagamento de jabá) e escreve aos domingos no jornal XXXXXX (nota do Cobrador: talvez, nem com pagamento de jabá a gente faça essa divulgação). Que mulher maravilhosa! Ela chega a parecer um pouco com a Gisele Bundchen(mas só fisicamente), principalmente o nariz...hihihi O nome da minha musa e ídola é Malu Fontes.


Antes de qualquer coisa, preciso avisar a Poliana que a professora não chegou a ensinar que ídolo não tem flexão de gênero. Só que isso é o de menos.

Resolvi ler o que a magistrada do jornalismo escreve no jornal. Depois de quatro parágrafos, já agradecia a ela a chance que está me dando de ganhar muito dinheiro. Em um futuro longínquo, quando eu tiver um filho de seis anos, vou obrigar ele a assistir aos programas de maior sucesso, depois coloco dois todynhos, um pacote de batata chips e um kinder ovo de sobremesa e condiciono ele a escrever um texto sobre o que viu. A combinação desta bomba calórica com uma visão de mundo, digamos, pediátrica, vai dar um ensaio semanal com profundidade semelhante à da guru de polianas acadêmicas. Basta usar um pseudônimo que pareça de professor universitário para tirar esse pagamento mensal como articulista.

Sobre a rádio, escutei durante o trânsito um comentário que o relógio insistia em apontar uma duração de quatro minutos, mas que eu considero como problema na bateria, porque aquilo durou no mínimo umas duas horas e meia. Quanto rancor, quanta ira, quantas frases prontas, quantos clichês e, principalmente, quanta voz aguda e quanto faniquito em uma só pessoa. Sobre o conteúdo, abstenho-me de falar. Deixo para o futuro, quando meu filho tiver seis anos e adquirir o mesmo nível intelectual para uma análise com equivalência de argumentos. Sobre o resto, a minha única avaliação é sobre como a histeria identificada por Freud se revela em certas ausências. No caso, a falta de um XXXXX (nota do Cobrador: só colocamos o nome do referido órgão com o pagamento de jabá).

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